Review: O Instituto – Stephen King

Vi o trailer da série na Internet mas, como eu não queria fazer mais uma assinatura, resolvi pegar o livro para ler. E é um livro bem legal.
Apesar das cerca de 500 páginas Stephen King consegue, como sempre, manter a fluidez e o ritmo da leitura. Eu até achei que o final ficaria corrido mas não, o pacing é muito bom e o final foi bem coerente. Tem uns easter eggs de outros livros mas eu não conheço tantos para pegar todas as referências.
Então, vamos a história.
Tim Jamieson é um ex-policial que está em busca de novas oportunidades após ser exonerado. Em uma decisão impulsiva, ele aceita abandonar seu voo para Nova York em troca de alguns dólares e seguir sem rumo pela estrada. Carona após carona, ele vai seguindo o caminho até chegar na pequena cidade de DuPray. Essa parte do livro é bem tranquila, bucólica até. Lá vê um anuncio de guarda noturno e resolve se inscrever na vaga, é contratado e rapidamente se adapta a sua vida de fazer rondas pela cidade e conhecer seus moradores.
Em paralelo, temos Luke Ellis, um jovem com altas habilidades, que aos 12 anos conseguiu uma vaga atencipada em duas universidades, uma delas o MIT, simplesmente a melhor universidade de tecnologia dos EUA. A vida dele parecia tranquila até que uma noite capturam Luke, matando seus pais. Ele vai parar então no Instituto, uma instituição para jovens especiais mas, não por causa de sua inteligência mas, por uma outra habilidade: em momentos de estresse ele consegue mover objetos com a mente, telequinese.
Lá ele conhece os outros jovens com habilidades que foram capturados e descobre que o Instituto realiza testes e experimentos nas crianças para desenvolvê-las. Eles são testados até conseguirem ver algumas luzes em um teste específico e quando conseguem são enviadas para a parte de trás do Instituto, ninguém sabe para quê. Só que quem vai para a Parte de Trás nunca volta.
Particularmente, para um menino super inteligente eu achei Luke bem normal. Não houve nenhum momento que eu achei ele brilhante. Talvez academicamente, mas não se reflete em alguma engenhosidade ao longo da história. Na verdade, o Luke não tem muito carisma. Nick e Avery são personagens bem mais carismáticos. Até o Tim que não aparece muito no começo tem mais carisma. Talvez por que ele é muito pragmático e quase não se desespera, se adaptando muito rápido as situações, eu como leitora não senti uma conexão tão forte com o personagem.
Agora vamos aos comentários com um pouco de spoiler mas, sem entrar em detalhes da história.
Eu achei que King fosse ficar intercalando as histórias do Tim com o Luke mas, não. Em algum momento, a gente sabe que eles vão se encontrar mas, as histórias acontecem de maneira isolada e se conectam somente no final.
Eu também achei que haveria alguma conexão com o Fire Starter, outro livro de King, com uma criança com poderes paranormais que tem um começo bem similar e até uma organização que faz experimentos em crianças especiais, mas não. Não atrapalhou na história mas parecia possível e plausível a existência dessa conexão, talvez o Institudo sendo uma continuação do outro livro.
O final é semi aberto, sabemos que existe uma organização por trás de tudo e o final mostra que a infraestrutura deles é muito maior que somente o Instituto. Mas, Tim e as crianças escolhem continuar com as suas vidas e a organização deixa, desde que eles não revelem esse segredo para o mundo. Eu gosto de um final definitivo então esse não foi de todo satisfatório, já que a organização vai se reerguer novamente e tudo vai se repetir.
No geral uma história bem legal para passar o tempo. Não me conquistou totalmente mas, uma boa leitura 4/5.
No final, eu acabei até assistindo o primeiro episódio da série para ver se a adaptação série legal. Segue o trailler:
Vou comentar um pouco mas podem aparecer alguns spoilers.
A série tem um bom começo, puxa bastante coisa do livro. Eu diria até uns diálogos completos, o que fica meio artificial às vezes. Para a construção da história eu gostei da decisão de fazer com que Tim e Luke estivessem na mesma cidade. No livro, Tim é apresentado no começo e só depois que Luke consegue fugir do Instituto que ele reaparece e já sai ajudando o menino. Não me entenda mal, toda a cena da fuga foi bem legal, e existe um quê de destino nos ímpetos de Tim, mas isso seria muito difícil de transferir para a tela. Faz muito mais sentido eles estarem na mesma cidade e que Tim provavelmente comece a investigar o Instituto criando, assim, uma ligação prévia. Outra boa decisão é fazer com que Luke seja um pouco mais velho, tem algumas cenas meio pesadas que não me incomodaram muito mas, na tela poderiam ser muito mais impactantes com uma criança menor. Além disso colocar o Nick, como o rebelde que teve a ideia de fuga também faz mais sentido. Das caracterizações eu gostei do Tim (Ben Barnes) e a Sra. Sigsby (Mary-Louise Parker), são bem parecidos com a ideia que eu tinha deles. Já os mais jovens tem uma atuação bem mediana por enquanto. De qualquer maneira tem tudo para ser uma boa adaptação, se eu tivesse o MGM+ eu assistiria sim.