Review/Opinião: O homem de giz – C.J. Tudor

O Homem De Giz
Gêneros: ,
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Page Count: 272
Assassinato e sinais misteriosos em uma trama para fãs de Stranger Things e Stephen King Em 1986, Eddie e os amigos passam a maior parte dos dias andando de bicicleta pela pacata vizinhança em busca de aventuras. OS desenhos a giz são seu código secreto: homenzinhos rabiscados no asfalto; mensagens que só eles entendem. MAs um desenho misterioso leva o grupo de crianças até um corpo desmembrado e espalhado em um bosque. DEpois disso, nada…

Esse foi um livro de mistério até bem legal. Eu gosto bastante de livros de mistério e suspense, em tal nível que muitas vezes eu consigo prever o final ou quem é o verdadeiro culpado de tantos livros nesse estilo que eu já li. Mas, com esse livro foi um pouco diferente. Algumas coisas foram bastante previsíveis, outras nem tanto. Existem mais coisas além da aparência.

O prólogo descrevendo a cena do assassinato foi uma excelente abertura e já deu aquela vontade de mergulhar no livro. O maior problema para mim foi o formato que intercala o passado e o presente, parece série de TV. Eu entendo que foi um artificio para que o leitor junte aos poucos as peças do quebra cabeça e provavelmente uma história linear deixaria tudo muito óbvio, mas algumas partes se arrastam por causa disso. Fora isso, os capítulos não tem nome em si, apenas o ano em que ocorre a narrativa, o que, para uma pessoa como eu que gosta de rever trechos para tentar adivinhar quem fez o que, é um pouco frustrante.

Quem conta a história é o narrador em primeira pessoa, Eddie. Todo mundo já sabe o que eu acho de narradores assim, certo? Não são confiáveis.

A história de fato começa quando Mickey, um dos amigos de infância, vem visitar Eddie depois de muitos anos sem vê-lo. Mickey quer que Eddie o ajude no livro que ele está escrevendo, um livro que conta a história da cena do crime que eles encontraram quando eram crianças. E mais, Mickey diz saber quem é o verdadeiro culpado. Depois desse encontro, Mickey desaparece e Eddie quer entender essa história mais a fundo. Eu digo ir mais a fundo, mas eu achei Eddie um cara bem passivo, não é como se ele fizesse uma grande investigação, na verdade os acontecimentos acontecem (que pleonástico isso) e Eddie junta esses fatos para chegar em uma conclusão.

É possível inferir algumas (várias) coisas prestando atenção na leitura. Não vou dar spoilers, mas deixo algumas pistas para vocês.

Existem outros acontecimentos brutais durante a infância de Eddie, para mim é bastante óbvio que eles servem como distração, um artifício do autor para encobrir o verdadeiro criminoso. O modus operandi é tão diferente… será que só uma pessoa foi responsável por tudo isso? O problema é que quando você percebe isso, as coisas ficam bem mais previsíveis.

Um comentário feito por alguma pessoa quando Eddie visita a casa de repouso já entrega quem é o verdadeiro culpado, mas o motivo eu descobri só mais para o final mesmo e foi meio banal, pelo menos o autor dá uma explicação de que as vezes o final não é tão bom quanto você supunha. Então, ok né.

A maioria dos leitores deve se surpreender com o capítulo final, mas fica a dica que o Eddie é excêntrico e muitos de seus atos são fora do comum, é especialmente interessante notar que ele não fica traumatizado ao ver a cena de um crime e até se oferece para cuidar dela enquanto os amigos chamam a polícia.

Vou ser honesta e dizer que as melhores partes narrativas foram os sonhos do Eddie. Ele tem sonhos lúcidos muito bizarros que parecem ser o subconsciente dele trabalhando para entender o ocorrido.

Por fim, o livro tem algumas frases muito boas como:

“Achamos que queremos respostas, mas o que queremos de fato são as respostas certas. É a natureza humana.”

Vale a pena a leitura. E vocês, já leram? O que acharam?

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